Eu aprendi que o começo do post é sempre o mais difícil. Porque sempre é um desafio fazer com que o leitor queira continuar...


E mais uma vez eu estou aqui... Estômago queimando e os dentes cerrando. Queria que meu coração ainda batesse. Há muito não sei como reagir de frente à ansiedade. Não é a primeira vez, certamente não será a última, não quero ser controlada. As pessoas me olham com uma expressão fértida que me provoca receios e insanidade. Insanidade... o meu refúgio desse mundo repugnante e hipócrita. Insanidade é o que me torna superior à todos eles.
Antes que eu fique aqui apenas pensando em todas essas décadas de segredos e fingimentos, devo prosseguir. Logo a noite terminará, e o mundo não será mais um lugar seguro para os meus...

"Quantos de nós já encontrou, meu querido? Não me parece tão assustado... Meu nome? Não é algo que eu deva lhe responder. Não ficará vivo bastante tempo pra precisar saber como me chamo, mas antes que eu possa me cravar em sua pele branca, deveria saber que esta noite, você é o cordeiro. E eu? Me veja como um animal insano e faminto..."

Não resistiu... Sequer tentou fugir... A dor desse corte, há muito não sinto. E o último que me causou tal dano, há muito não me é mais útil.

"Você me encantou, querido. Agora sinta... Sinta seus lábios, esôfago e estômago queimando por mais da minha fonte de vida eterna. Acorde-se novamente, meu querido... Não fui digna com você. Deixe-me mostrar seus novos aposentos, fora desse hospício... Estive te observando por muito tempo. E eu não queria ter que te condenar ao meu próprio carma. Mas não me sentiria limpa, deixando que um como você, que talvez viesse a se tornar um dos melhores de nós, simplesmente apodrecendo em quaquer câmara de madeira. Já pode abrir os seus olhos... O gosto? O gosto que entranha em seus lábios é o mesmo que eu o condeno a sentir. Pelo resto da eternidade..."



Conto Vampírico. 11.07.2009